terça-feira, janeiro 09, 2007

da madrugada, o indizível

janelas... janelas de apartamentos... janelas de apartamentos fechadas enquanto amanhece... Parar para inspirar o ar gelado da manhã que se faz.
Mania estranha essa de sempre imaginar uma cama feita e alguém dormindo quentinho e alheio à vida por detrás das janelas.
Em momentos assim, vem uma vontade insana de tocar a campainha, ouvir a porta abrindo preguiçosa... um desconhecido; com cara de sono, ainda; e, então, eu perguntaria se poderia entrar e dormir ali; só dormir; porque a janela fechada era tão convidativa. Ah, sim, e porque casas e camas e madrugadas e amanheceres e frio e cobertores e pessoas estranhas me fazem ter vontades assim. Isso é estranho... porque ninguém faz isso... Na verdade, nem sei se alguém pensa coisas assim... Mas, a cena é tão bonita (de uma beleza azulada e fria de amanhecer invernal)... Toca a campainha, tu atendes e é um simples "oi, an, eu sei que é pouco comum, mas eu tenho preguiça de explicar, tu nem me conhece e... an, deixa eu dormir aí?". Tu não entendes direito, mas tens sono ainda e "ah, tudo bem, pode dormir, sim". ai, ai... As coisas só transitam pela minha cabeça... uh... Minhas idéias me divertem... Vou fazer um filme, escrever um livro, rabiscar qualquer coisa de mim só para mim... uh... Viver não dá porque não me deixam... eu não deixo... deixo ...tédio, ah o tédio...
...
porque tudo "é absurdo, guria insana"