sábado, fevereiro 24, 2007

maresia mental

O miojo é um mal contemporâneo, como um cigarro aceso, depressão, suicídio, câncer. É uno, solitário.
Um brinde comigo: água-de-coco-de-caixinha ao som mórbido da geladeira trabalhando.
Estou completamente tonta (de vertigem mesmo) nos últimos tempos.
Silêncio! A geladeira parou. Silêncio quebrado pela panela no fogo: miojo!, e eu nem levanto pra ver se já está pronto.
E na praia, uma caneta Bic custa 1 Real!
Miojo feito na leiteira.
Como eu tenho perdido canetas... e miojos! é essa vertigem, e a panela queimando, e o meu corpo dormente, é tanta solidão que chega a dar sono...

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

todos os gatos são brancos...

Não, eu nunca tive ouvidos para música. te lembra? Um dia, eu lembro, ou vários dias, nem sei, mas um dia, sim, um dia me aconteceu a grande música... ela tocava, nós nos tocávamos, acho que a música gemia alto no media player, o computador parava para tomar um vinho, a cama tragava um cigarro mentolado, e nossos corpos alheios a qualquer humanidade. Inconscientes!Eu lembro que a música falava em promessas em fuga, e nós correríamos tão longe...Eu nem precisava entender porque era sentimento, sabe? Ele sentia também. E nós corremos pra longe, longe demais pra voltar... longe demais pra mim! ele voltou, ele se foi... Quer dizer, eu nem sei mais porque esse quarto é tão escuro que não dá pra saber se tem alguém aqui, talvez ele tenha perdido a voz como eu perdi a visão...Só que o quarto não era escuro, era branco... tudo aqui é tão branco que me cegou, entende? não, eu não vou tomar, eu preciso terminar de escrever porque eles precisam saber que ainda eu...